sexta-feira, 14 de junho de 2013

Essa poesia Vinícius Gregório declamou no 1º Sarau Cultural de Iguaracy - PE.



Vê-se um sujeito ladrão
De um porte muito bonito
Vê-se um sujeito esquisito
Que tem um bom coração
Vê-se um padre no sermão
Pregando Deus sem ter fé
E um bebo no cabaré
A Jesus fazendo prece
Que um é porém não parece
Outro parece e não é

Vê-se um homem de riqueza
Mas que deve a todo mundo
Vê-se um pobre moribundo
Pagador sem esperteza
Vê-se um rico com avareza
Que nega até um café
E um pobre no seu chalé
Tudo que tem oferece
Que um é porém não parece
Outro parece e não é

Vê-se um poeta metido
Com versos fracos demais
Se achando muito sagaz
Mas de dom bem reduzido
Enquanto um vate contido
Simples da cabeça ao pé
Faz versos feito um Dedé
E quem ouve nunca esquece
Que um é porém não parece
Outro parece e não é

Vê-se um sujeito bem grosso
Bem metido a ser machista
Mas longe da nossa vista
É viado até o osso
Enquanto vê-se outro moço
Gentil que não botam fé
Mas que quando vê mulher
Ele é quem mais comparece
Que um é porém não parece
Outro parece e não é

Antes de julgar alguém
Conheça bem a pessoa
Pois nem sempre gente boa
Boa aparência mantém
E o preconceito é o trem
Que leva o homem de ré
Não fale qualquer Zé
Se você não o conhece
Que um é porém não parece
Outro parece e não é.







O Poeta Chico Arruda declamou na Cantilena da Ingazeira a poesia de Otávio Maia:



 Poesia de Otávio Maia

O ministro da nossa agricultura
Deveria olhar mais o lavrador
É preciso que dê mais cobertura
À nosso humilde agricultor
Esse bravo guerreiro sem medalha
Que não tem vaidade só trabalha
Para ter seu futuro garantido
O lazer que conhece é o roçado
Mas é sempre um herói injustiçado
Que não tem seu valor reconhecido.

Confiando em Deus prepara a terra
Para melhor plantar os cereais
Sua luta constante é uma guerra
Sem apoio das classes sindicais
Alguns deles que o banco financia
Tem que por o que tem na garantia
Tudo feito com muita segurança
O direito lhe é sempre negado
Se ele fosse um ladrão engravatado
Lhe dariam com toda confiança

A família não conta regalias
Para eles só há dificuldades
Mas sem eles doutor o que seria
Desse povo que mora na cidade
D’onde vem essa roupa que vestimos
O arroz, o feijão que consumimos.
A manteiga, a farinha e o cuscuz.
No mercado, nas lojas e nas feiras.
Quase tudo que tem prateleira
É o homem do campo que produz.

Parabéns ao homem da lavoura
Esse bravo guerreiro sem fuzil
Essa gente humilde e bem feitora
Que garante a grandeza do Brasil
Parabéns ao povo heroico e bravo
Que resiste até mesmo sendo escravo
Nem que seja esquecido e relevado
Vai a luta e não mostra pessimismo
Pois se for pra votar em heroísmo
O meu voto é no homem do roçado.

Mais uma do talentoso poeta de São José do Egito, Vinícius Gregório:


segunda-feira, 25 de março de 2013

Pinto do Monteiro cantando com Pedro Amorim:



Pedro Amorim, finaliza uma sextilha:

[Pedro Amorim]
Daqui pra meia-noite,
Derribo esse barbatão.

[Pinto do Monteiro]
É perdido, meu irmão
O senhor sempre não pega;
Se aproxima da cauda,
Passa a mão escorrega,
Pisa num buraco e cai
Vem um garrancho e lhe cega.

Momentos do Poeta José Lopes Neto (Zé Catota):



Zé Catota cantando com outro poeta disse assim:

Todo cantador pequeno,
Sem ideia e sem capricho
É como cachorro ruim,
Perdido no carrapicho,
Que passa a noite latindo,
Sem dar no faro do bicho.

Zé Catota cantando com Pedro Amorim, quando este improvisou a sextilha:

[Pedro Amorim]
Vivo muito bem na vida
E tu vives atrasado
Possuo fazenda, açude
E cana do outro lado.
Tu só tens um Jeep velho,                                                               
Além de velho, quebrado.

[Zé Catota]
Chamar fazenda sem gado,
Eu acho melhor que deixe;
A sua cana cortada,
Talvez não dê nem um feixe;
Esse açude de que fala
Tem mais dono do que peixe.

Do livro de Marcos Passos