quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O poeta Job Patriota disse:



“Esses teus seios pulados
Nossos olhos insultando
São dois carvões faiscando
No fogão dos meus pecados
São dois punhais aguçados
Desafiando os cristãos
Mas pra meus olhos pagãos
São dois saputis maduros
Eu quero teus seios puros
Na concha das minhas mãos”

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O poeta Zé vicente da Paraíba, falando de natureza disse:



A natureza

O que prende demais a minha atenção
É o touro raivoso numa arena
Uma pulga do jeito que é pequena
Dominar a bravura de um leão
Na picada ele muda a posição
Pra coçar-se depressa e com certeza
Não faz uso da unha nem da presa
Se levanta da cama e fica em pé
Tudo isso provando como é
Poderosa e suprema a natureza

Admiro demais um beija-flor
Que com medo da cobra inimiga
Só constrói seu ninho na urtiga
Recebendo lição do criador
Admiro a coragem de um condor
Que nos montes rochosos come a presa
Urubu empregado da limpeza
Como é triste ver a vida de um abutre
Quando encontra um morto é que se nutre
Quanto é grande e suprema a natureza

A abelha por Deus foi amestrada
Sem haver o processo bioquímico
E até hoje não houve nenhum cínico
Que fizesse a ciência dizer nada
O buraco pequeno da entrada
Facilita a passagem com franqueza
Uma é sentinela de defesa
E outras se espalham no vergel
Sem tacho e sem turbina fazem mel
Quanto é grande o poder da natureza

Não há pedra igualmente ao diamante
Nem metal tão querido quanto o ouro
Nem pode haver tristeza como o choro
Nem há brilho igual ao do brilhante
Nem comédia maior do que a de Dante
Nem existe acusado sem defesa
Nem pecado maior do que a avareza
Nem altura igualmente ao firmamento
Nem veloz igualmente ao pensamento
Nem há grande igualmente à natureza.

Tem um verso que fala da maconha
Que é uma erva que dá no meio do mato
Se fumada provoca o tal barato
A maior emoção que a gente sonha
A viagem às vezes é medonha
Dá suor, dá vertigem, dá fraqueza
Porém quase sempre é uma beleza
Eu por mim experimento todo dia
Se eu tivesse uma dó eu nem queria
Pois a coisa é da santa natureza

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A poetisa Ayla Sarafim no seguinte soneto, glosou:



De palavras fieis fez-se o encanto
Com mil juras leais criou-se a trama
E com laços de amor prendeu-se a dama
Num enredo que o fim levou ao pranto

E a palavra fiel do mesmo tanto
Que encantara outrora fez-se drama
Com mentiras reais de quem não ama
Transfrmou-se o lençol num triste manto

Com mentira pagou-se o amor sincero
Com injúria trocou-se a lealdade
E a máscara caiu enfim forçada

Nunca jure amor pra ser amada
Nunca dê nada seu sem ser verdade
Nunca espere do jeito que eu espero.