sexta-feira, 24 de abril de 2009

O poeta Vinicius Gregório falando de saudade disse:

Vinicius Gregório:

Eu consegui enxergar
Algo de bom na saudade
É que escondida atrás dela
Existe sinceridade
Só sente saudade no peito
Quem sente amor de verdade.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O poeta Zé Catota disse numa cantoria, falando de sua mãe:

Zé catota:

Tão vendo aquela velhinha
Sentada ali num canto
Com os olhos rasos d'água
Vertendo gotas de pranto
Cantava quando eu chorava
Hoje chora quando eu canto.

José Lopes Neto(Zé Catota)

Nos deixou, mas deixou maior ainda seu legado.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Poeta André Sarafim na poesia A Mulher do Meu Lugar disse:

André Sarafim:

A mulher do meu lugar

Um ano e meio completo
A idade dessa vida
Contudo sua partida
Me deixou como um sem teto
Desorientado sem crédito
No comércio de amar
E por mais que eu tente limpar
Nunca passa esse tormento
Se não sai do pensamento
A mulher do meu lugar

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O poeta Santana o Cantador em resposta a um doutor desfazedor de poeta disse:

Santana o Cantador:

Aprendi a cantar sem professor
Com a graça de Deus eu sou completo
Você vem me chamar de analfabeto
Exibindo o diploma de doutor
No congresso que eu for competidor
Vou ganhar de você de dez a zero
Seu doutor eu vou ser muito sincero
Se eu deixar de cantar não sou feliz
Ser poeta eu sou porque Deus quis
Ser doutor não sou porque não quero.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Certo poeta na Prata em Ouro Velho-PB disse em uma cantoria:

Dexa:

Eu vi maria chorando
a morte do sumo bento

Poeta:

A mãe de Judas também
sofreu da mesma agonia
tendo seu filho enforcado
na tarde daquele dia
chorava do mesmo pranto
era mãe como Maria

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O poeta Louro do Pajeú em uma de suas poesias mais conhecidas disse:

Louro do Pajeú

A parte que iluminou

Entre o gosto e desgosto
O quadro é bem diferente
Ser moço é ser sol nascente
Ser velho é ser um sol posto
Pelas rugas do meu rosto
O que fui hoje não sou
Ontem estive hoje não estou
Que o sol não nascer fulgura
Mas ao se por deixa escura
A parte que iluminou.

domingo, 5 de abril de 2009

O poeta Zé Catota disse:

Zé Catota

Eu vi um rapaz chorando
na cova da namorada
se lamentando dizendo
Deus carregou minha amada
a terra não gosta e come,ai,ai,ui,ui
eu gosto e não comi nada

O poeta Nonato Costa numa cantoria disse no mote:

Nonato Costa

Com trezentos reais do meu salário
não dá nem pra criar um passarinho

Quem recebe o que eu ganho só vegeta
é cristão mas não vive como gente
eu não sou operado nem doente
mas tô sempre em regime de dieta
meu transporte tem sido a bicicleta
e quebra mais que a ferrari de rubinho
o meu triturador é um moinho
e um pinico meu vaso sanitário
Com trezentos reais do meu salário
não dá nem pra criar um passarinho

O poeta Patativa do Assaré em referência a sua terra disse:

Patativa do Assaré

Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer
Da terra querida que a linda cabocla
De riso na boca zombano o sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome pergunto o que há ?
Eu sou brasileiro filho do nordeste
Sou cabra da Peste sou do Ceará.

O poeta Sebastião Dias numa de suas cantorias disse:

Sebastião Dias

A lua branca se esconde
nasce um sol da cor de ouro
e duas cajacas de couro
começam cantar na fronde
uma grita outra responde
como nós na cantoria
só não tem mais poesia
porque não cantam rimando
canta o galo anunciando
o raiar do novo dia.

O poeta Zé Adalberto disse no seguinte mote:

Zé Adalberto

Retirei seu retrato da carteira
sem tirar seu amor do coração

Seu veículo de amor ainda cabe
Na garagem do peito que era seu,
O chassi do seu corpo está no meu
Se eu tentar alterá-lo o mundo sabe
Não existe paixão que não se acabe
Mas amor não possui limitação
Vai além das fronteiras da razão
E o que eu sinto por ela é sem fronteira
Retirei seu retrato da carteira
Sem tirar seu amor do coração.

Esse meu coração só pensa nela
Apesar de bater no meu reduto
120 batidas por minuto
São as 20 por mim, e as 100 por ela
Eu com raiva rasguei a foto dela
Mas amor não se rasga com a mão
Se vontade rasgasse ingratidão
Eu só tinha deixado a pedaceira
Retirei seu retrato da carteira
Sem tirar seu amor do coração.

O poeta Cego Aderaldo numa cantoria pegou a dexa e disse:

Outro poeta:

Eu não sei porque esse cego
nunca pensou em casar

Cego Aderaldo:

Eu já pensei em casar
falo a verdade não nego
com a esperiência que tenho
batata quente não pego
quem tem vista leva chifre
imagine eu que sou cego

sábado, 4 de abril de 2009

O poeta Zé de Cazuza em referência à Zé Limeira declamou:

Zé de Cazuza

Quem sente dor de barriga
não pode beber mingau
quem bota queijo em jirau
quer ver gato e quer ver briga
barro de areia não liga
rico não quer ver parente
quem anda com dor de dente
não toca em mel de uruçú
quem pisar no pajeú
sente o calor do repente

O poeta João Paraibano Inspirado no Sertão disse:

João Paraíbano

Eu estava no Sertão
Balançando em minha rede
Vendo o açude vazio
Com dois rachões na parede
E as abelhas no velório
Da flor que morreu de sede.

O poeta Pinto do Monteiro Descreveu a Saudade

Pinto do Monteiro

Essa palavra saudade
Conheço desde criança
Saudade de amor ausente
Não é saudade é lembrança
Saudade só é saudade
Quando morre a esperança

Poesia Pajeúzeira

O poeta André Sarafim(Iguaracy-PE)...pegou o mote de Braulio Tavares e destrinchou:

A marreta da morte é tão pesada
que a pedreira da vida não aguenta

O cabôco quando intera sua sina
e a velhinha da foice lhe aparece
por mais que ele faça prece
ela lhe agarra com força de menina
e a beleza da vida que fascina
não existe quando passa dos sessenta
se lhe resta coragem inda tenta
mas sem êxito ele se entrega a malvada
a marreta da morte é tão pesada
que a pedreira da vida não aguenta.