quarta-feira, 28 de julho de 2010

Os poetas sertanejos retratando o descaso dos governantes nas estradas do sertão disseram:

Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas de sertão




Ademar Rafael

Gasta pra mais de uma hora
De "Afogado" a Calumbi,
De Sertânia a Iguaraci
É que a coisa demora:
Se um pneu não vai embora,
Quem se vai é a suspensão...
De Juru a Solidão,
Pra correr só de jumenta...
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas de sertão




Diomedes Mariano

De Sertânia a Afogados,
Daqui pra Serra Talhada,
Na buraqueira danada,
Pneus já foram cortados,
Veículos foram quebrados,
Devido à situação,
Na mão ou na contra mão,
O perigo se apresenta,
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas de sertão.



Dedé Monteiro

Não presta pra São José,
Afogados da Ingazeira,
Serra é uma buraqueira
Que até quem não vê da fé...
Depois de Albuquerquené
É que muda a posição.
Mas na nossa região
Ninguém sai da marcha lenta.
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas do sertão.




Alexandre Morais

Que nem capa de enxu
Ou tábua de pirulito
Tem buraco ao infinito
Nas pistas do Pajeú
Já se vê mais barro cru
Do que asfalto no chão
De pequeno a caminhão
Foi num foi um se arrebenta
Não tem quem puxe sessenta
Nas estradas do sertão

Do blog de Alexandre Morais

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