sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O poeta Zé vicente da Paraíba, falando de natureza disse:



A natureza

O que prende demais a minha atenção
É o touro raivoso numa arena
Uma pulga do jeito que é pequena
Dominar a bravura de um leão
Na picada ele muda a posição
Pra coçar-se depressa e com certeza
Não faz uso da unha nem da presa
Se levanta da cama e fica em pé
Tudo isso provando como é
Poderosa e suprema a natureza

Admiro demais um beija-flor
Que com medo da cobra inimiga
Só constrói seu ninho na urtiga
Recebendo lição do criador
Admiro a coragem de um condor
Que nos montes rochosos come a presa
Urubu empregado da limpeza
Como é triste ver a vida de um abutre
Quando encontra um morto é que se nutre
Quanto é grande e suprema a natureza

A abelha por Deus foi amestrada
Sem haver o processo bioquímico
E até hoje não houve nenhum cínico
Que fizesse a ciência dizer nada
O buraco pequeno da entrada
Facilita a passagem com franqueza
Uma é sentinela de defesa
E outras se espalham no vergel
Sem tacho e sem turbina fazem mel
Quanto é grande o poder da natureza

Não há pedra igualmente ao diamante
Nem metal tão querido quanto o ouro
Nem pode haver tristeza como o choro
Nem há brilho igual ao do brilhante
Nem comédia maior do que a de Dante
Nem existe acusado sem defesa
Nem pecado maior do que a avareza
Nem altura igualmente ao firmamento
Nem veloz igualmente ao pensamento
Nem há grande igualmente à natureza.

Tem um verso que fala da maconha
Que é uma erva que dá no meio do mato
Se fumada provoca o tal barato
A maior emoção que a gente sonha
A viagem às vezes é medonha
Dá suor, dá vertigem, dá fraqueza
Porém quase sempre é uma beleza
Eu por mim experimento todo dia
Se eu tivesse uma dó eu nem queria
Pois a coisa é da santa natureza

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